Polinômio Característico

Página Inicial
ESPAÇOS VETORIAIS
Espaços Vetoriais
Subespaços Vetoriais
Combinação Linear
Subespaços Gerados
Intersecção de Subespaços
Soma de Subespaços
Dependência Linear
Base e Dimensão
Mudança de Base

TRANSFORMAÇÕES LINEARES
Transformações Lineares
Núcleo e Imagem
Teorema do Núcleo e da Imagem
Isomorfismo e Automorfismo
Álgebra das Transformações Lineares
Matriz de uma Transformação

AUTOVALORES E AUTOVETORES
Autovalores e Autovetores
Polinômio Característico
Diagonalização

ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
Produto Interno
Norma e Distância
Ortogonalidade

DETERMINANTES
Determinantes
Propriedades do Determinante
Cálculo de Determinantes

SISTEMAS LINEARES
Sistemas Lineares
Operações Elementares
Sistemas Triangulares
Eliminação Gaussiana

FATORAÇÕES MATRICIAIS
Fatoração LU
Fatoração de Cholesky
Fatoração Ortogonal
Fatoração QR - Processo de Gram-Schmidt
Fatoração QR - Transformações de Householder

QUADRADOS MÍNIMOS
Método de Quadrados Mínimos
Ajuste de Curvas
Problemas Aplicados

 OUTRAS APLICAÇÕES
Curvas e Superfícies por Pontos Especificados
Criptografia
Jogos de Estratégia
Classificação de Cônicas



    Definição: Seja A uma matriz quadrada n×nn \times n com entradas pertencentes a um corpo KK. Se existirem matrizes XMn×1(K)X \in M_{n\times 1} (K), diferentes da matriz nula, e λK\lambda \in K tais que AX=λXAX = \lambda X, dizemos que λ\lambda é um autovalor da matriz A e XX é um autovetor da matriz A associado ao autovalor λ\lambda.

  Definição: Dada uma matriz quadrada A de ordem nn, o polinômio de grau nn dado por p(λ)=det(A-λIn)p(\lambda) = det(A - \lambda I_n) é denominado polinômio característico da matriz A.

    Teorema: Matrizes semelhantes possuem o mesmo polinômio característico.

    Teorema: Sejam V um espaço vetorial sobre um corpo KKT:VVT: V \longrightarrow V um operador linear. Considere B e C bases ordenadas para V. Então,

(T)C=[M]CB(T)B[M]BC(T)_C = [M]^B_C \; (T)_B \; [M]^C_B
onde [M]BC[M]^C_B[M]CB[M]^B_C são as matrizes de mudança da base B para a base C e de mudança da base C para a base B, respectivamente. Ou seja, as matrizes (T)B(T)_B e (T)C(T)_C, que representam o operador linear T com relação as bases B e C, respectivamente, são semelhantes.

    Definição: Sejam V um espaço vetorial, T:VVT: V \longrightarrow V um operador linear. Como as matrizes que representam um mesmo operador linear, com relação a duas bases distintas, são semelhantes, e matrizes semelhantes possuem o mesmo polinômio característico, podemos definir o polinômio característico de um operador linear como sendo o polinômio característico da matriz (T)B(T)_B que representa T com relação a qualquer base B de V.

    Teorema: Sejam V um espaço vetorial de ordem nn e T um operador linear. Então, os autovalores λ\lambda de T são as raízes do polinômio característico p(λ)p(\lambda) do operador linear T.

     Demonstrações dos Teoremas: AQUI.

    Podemos simplificar os cálculos para os autovalores escolhendo B a base canônica de V. Considerando vVv \in V um autovetor do operador linear T associado ao autovalor λ\lambda, isto é, T(v)=λvT(v) = \lambda v, temos

[T(v)]B=λ[v]B(T)B[v]B=λ[v]B[T(v)]_B = \lambda [v]_B \Rightarrow (T)_B \; [v]_B = \lambda [v]_B
Dessa forma, [v]B[v]_B é um autovetor da matriz (T)B(T)_B associado ao autovalor λ\lambda.


Exemplos

    Exemplo 1: Considere a matriz
A=[0211]A = \left[ \begin{array}{cc} 0 & 2 \\ 1 & 1 \end{array}\right]
O polinômio característico de A é dado por:

p(λ)=det(A-λI2)=|0-λ211-λ|=-λ(1-λ)-2=λ2-λ-2p(\lambda) = det(A - \lambda I_2) = \left| \begin{array}{cc} 0 - \lambda & 2 \\ 1 & 1 - \lambda \end{array} \right| = -\lambda(1-\lambda) - 2 = \lambda^2 - \lambda - 2
Os autovalores de uma matriz são as raízes do polinômio característico:

p(λ)=0λ2-λ-2=0λ=2ouλ=-1p(\lambda) = 0 \Leftrightarrow \lambda^2 - \lambda - 2 = 0 \Leftrightarrow \lambda = 2 \;\; ou \;\; \lambda = -1
Portanto, λ1=2\lambda_1 = 2λ2=-1\lambda_2 = -1 são os autovalores da matriz A. Para λ1=2\lambda_1 = 2 os autovetores associados são as soluções XX, não nulas, para:

AX=λ1X[0211][x1x2]=[2x12x2][2x2x1+x2]=[2x12x2]{2x2=2x1x1+x2=2x2AX = \lambda_1X \Leftrightarrow \left[ \begin{array}{cc} 0 & 2 \\ 1 & 1 \end{array}\right] \; \left[ \begin{array}{c} x_1 \\ x_2 \end{array}\right] = \left[ \begin{array}{c} 2x_1 \\ 2x_2 \end{array}\right] \Leftrightarrow \left[ \begin{array}{c} 2x_2 \\ x_1 + x_2 \end{array}\right] = \left[ \begin{array}{c} 2x_1 \\ 2x_2 \end{array}\right] \Leftrightarrow \left\lbrace \begin{array}{r} 2x_2 = 2x_1 \\ x_1 + x_2 = 2x_2 \end{array} \right.
O que implica em x1=x2x_1 = x_2. Assim, os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ1=2\lambda_1 = 2 são da forma:

X=[x1x1]=x1[11]X = \left[ \begin{array}{c} x_1 \\ x_1 \end{array}\right] = x_1 \left[ \begin{array}{c} 1 \\ 1 \end{array}\right]
Para λ2=-1\lambda_2 = -1 os autovetores associados são as soluções XX, não nulas, tais que:

AX=λ2X[0211][x1x2]=[-x1-x2][2x2x1+x2]=[-x1-x2]{2x2=-x1x1+x2=-x2AX = \lambda_2X \Leftrightarrow \left[ \begin{array}{cc} 0 & 2 \\ 1 & 1 \end{array}\right] \; \left[ \begin{array}{c} x_1 \\ x_2 \end{array}\right] = \left[ \begin{array}{c} -x_1 \\ -x_2 \end{array}\right] \Leftrightarrow \left[ \begin{array}{c} 2x_2 \\ x_1 + x_2 \end{array}\right] = \left[ \begin{array}{c} -x_1 \\ -x_2 \end{array}\right] \Leftrightarrow \left\lbrace \begin{array}{r} 2x_2 = -x_1 \\ x_1 + x_2 = -x_2 \end{array} \right.
O que implica em x2=-x12x_2 = -\frac{x_1}{2}. Assim, os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ2=-1\lambda_2 = -1 são da forma:

X=[x1-x12]=x1[1-12]X = \left[ \begin{array}{r} x_1 \\ -\frac{x_1}{2} \end{array}\right] = x_1 \left[ \begin{array}{r} 1 \\ -\frac{1}{2} \end{array}\right]

    Exemplo 2: Considere o operador linear T:R2R2T: R^2 \longrightarrow R^2 dado por T(x,y)=(x+y,y)T(x,y) = (x+y, y). Considerando B={(1,0),(0,1)}B = \left\lbrace (1,0), (0,1) \right\rbrace a base canônica do R2R^2. Escrevendo as imagens dos elementos da base B, pela transformação T, como combinações lineares dos elementos de B, temos:

T(1,0)=(1,0)=1(1,0)+0(0,1)T(1,0) = (1, 0) = 1(1,0) + 0 (0
T(0,1)=(1,1)=1(1,0)+1(0,1)T(0,1) = (1, 1) = 1(1,0) + 1 (0,1)
Assim,
(T)B=[1101](T)_B = \left[ \begin{array}{cc} 1 & 1 \\ 0 & 1 \end{array}\right]é a matriz que representa o operador T com relação a base B. O polinômio característico de T é o polinômio característico de (T)B(T)_B dado por:

p(λ)=det((T)B-λI2)=|1-λ101-λ|=(1-λ)2=λ2-2λ+1p(\lambda) = det((T)_B - \lambda I_2) = \left| \begin{array}{cc} 1 - \lambda & 1 \\ 0 & 1 - \lambda \end{array} \right| = (1-\lambda)^2 = \lambda^2 - 2\lambda + 1
Os autovalores de T são os λ\lambda que são raízes do polinômio característico, ou seja:

p(λ)=0λ2-2λ+1=0λ=1p(\lambda) = 0 \Leftrightarrow \lambda^2 - 2\lambda + 1 = 0 \Leftrightarrow \lambda = 1
Portanto, λ=1\lambda = 1 é o autovalor de T. Para encontrar os autovetores associados, devemos encontrar soluções v=(x,y)R2v = (x,y) \in R^2, não nulas, para:

T(x,y)=1(x,y)(x+y,y)=(x,y)x+y=xy=0T(x,y) = 1(x,y) \Leftrightarrow (x+y, y) = (x, y) \Leftrightarrow x + y = x \Leftrightarrow y = 0
Assim, os autovetores de T associados ao autovalor λ=1\lambda = 1 são da forma v=(x,0)=x(1,0)v = (x,0) = x(1,0).


Veja estes e outros exemplos AQUI.

Voltar ao Topo.

Última Atualização: 27/07/2015.