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Vamos
estudar um método para calcular determinantes que envolve
menos operações do que o cálculo diretamente pela definição. A ideia é
reduzir a matriz ao formato triangular superior (ou
inferior) através de operações
elementares, calcular o determinante da matriz
triangular e, por fim, relacionar este determinante com o
da matriz original.
Seja uma
matriz quadrada de ordem
.
Considere que aplicamos operações elementares sobre as
linhas (ou colunas) de até
reduzi-la a uma matriz triangular superior
(podemos também considerar
triangular inferior, e neste caso a ideia é semelhante).
Portanto, existem matrizes elementares,
,
tais que:
Assim, conforme a propriedade
de determinantes que diz que se
são matrizes elementares, então
,
temos que:
Como os determinantes de matrizes elementares são sempre
diferentes de zero, temos:
e isso nos dá uma relação entre o determinante de e o
determinante de
.
Como é
uma matriz triangular, seu determinante é o produto dos
elementos da diagonal, conforme a Propriedade 4, e
portanto é fácil de ser calculado. Pela Propriedade 5 sabemos
quais são os determinantes das matrizes elementares,
conforme a operação elementar que elas representam.
Portanto, pela relação que obtivemos, podemos calcular o
determinante de da
seguinte forma:
Reduzimos
a matriz até
uma matriz triangular
;
Calculamos
o determinante de
,
realizando o produto dos elementos da diagonal;
Analisamos
cada uma das operações elementares utilizadas no processo
e seguimos as regras:
(i) Se a operação elementar for: permutar duas
linhas da matriz, então trocamos o sinal do
determinante de
;
(ii) Se a operação elementar for:
multiplicar uma linha por um escalar
,
então dividimos o determinante de
por
;
(iii) Se a operação elementar for: adicionar à uma
linha um múltiplo não nulo de outra, então o
determinante não se altera.
No final do processo, obteremos o determinante de
.
Exemplo 1: Considere a seguinte matriz:
Se permutarmos as linhas 2 e 3 dessa matriz obtemos uma
matriz triangular superior:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é
dado por:
A operação elementar que utilizamos para reduzir até
a forma escalonada é do tipo (i) e, portanto, para obter o
determinante de
devemos trocar uma vez o sinal do determinante de
,
isto é,
.
Exemplo 2: Vamos calcular o determinante da
seguinte matriz através da redução por linhas:
Aplicando as operações elementares
e
,
nesta ordem, obtemos:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é o
produto dos elementos da diagonal, ou seja,
A primeira operação elementar utilizada no processo de
redução da matriz é
do tipo (i) e, portanto, para obter o determinante
de
devemos trocar uma vez o sinal do determinante de
. As
demais operações elementares são do tipo (iii) e não
alteram o determinante. Assim, temos:
Portanto,
.
Exemplo 3: Considere a seguinte matriz:
Utilizando operações elementares para reduzir até
sua forma escalonada, temos:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é
dado por:
A primeira operação elementar utilizada no processo de
redução da matriz é
do tipo (i) e, portanto, para obter o determinante
de
devemos trocar uma vez o sinal do determinante de
. As
demais operações elementares são do tipo (iii) e não
alteram o determinante. Assim, temos:
Portanto,
.
Exemplo 4: Considere a seguinte matriz:
Utilizando operações elementares para reduzir até
sua forma escalonada, temos:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é
dado por:
Todas as operações elementares utilizadas no processo de
redução da matriz são
do tipo (iii) e, portanto, não alteram o determinante,
isto é,
.
Portanto,
.
Exemplo 5: Considere a seguinte matriz:
Poderíamos calcular o determinante de
usando operações elementares sobre linhas para
reduzir até
a forma escalonada. Porém, observando a matriz, note que
podemos colocá-la na forma triangular inferior apenas
adicionando à coluna 5 a coluna 1 multiplicada por -2.
Assim, temos:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é
dado por:
Todas as operações elementares utilizadas no processo de
redução da matriz são
do tipo (iii) e, portanto, não alteram o determinante,
isto é,
.
Portanto,
.
Exemplo 6: Considere a seguinte matriz:
Utilizando operações elementares para reduzir até
sua forma escalonada, temos:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é
dado por:
Todas as operações elementares utilizadas no processo de
redução da matriz são
do tipo (iii) e, portanto, não alteram o determinante,
isto é,
.
Portanto,
.
Exemplo 7: Considere a seguinte matriz:
Utilizando operações elementares para reduzir até
sua forma escalonada, temos:
A matriz
está na forma triangular superior e seu determinante é
dado por:
Todas as operações elementares utilizadas no processo de
redução da matriz são
do tipo (iii) e, portanto, não alteram o determinante,
isto é,
.
Dessa forma, sabemos que é
singular, ou seja, não inversível. Note que a forma
escalonada de
possui uma linha nula e isto ocorre pois as linhas 2 e 3
são linearmente dependentes, ou seja, uma é um múltiplo da
outra. Mais especificamente, temos que
.
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