Construção de Curvas e
Superfícies por Pontos Especificados
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Vamos estudar uma aplicação de conceitos da geometria
analítica, resolução de sistemas lineares e
determinantes, para construir algumas curvas e superfícies
passando por pontos dados.
Da Álgebra Linear sabemos que vale o seguinte teorema: Teorema: Seja um sistema linear homogêneo, com n equações e n incógnitas. Esse sistema tem solução não trivial, se e somente se, o determinante da matriz A dos coeficientes é zero. Reta por dois pontosSabemos que existe uma única reta passando por dados dois pontos distintos num plano. A equação da reta é dada por: Esta forma é equivalente a forma usual, , vista em Geometria Analítica, basta isolar e teremos e , com . Suponha e pontos pertencentes a reta. Como esses pontos estão na reta, substituindo suas coordenadas na equação da reta temos: Essas três equações formam um sistema linear homogêneo, nas incógnitas e . Dado que queremos encontrar a equação da reta, não nos interessa a solução em que e são todos nulos, por isso, impomos a condição de que este sistema tenha solução não trivial, o que implica que o determinante da matriz dos coeficientes deve ser zero, ou seja: Essa igualdade nos fornece a equação geral para a reta, pois qualquer ponto da reta irá satisfazê-la. Exemplo: Encontre a equação da reta que passa pelos pontos e . A equação da reta é da forma: Substituindo as coordenadas dos pontos que sabemos que estão na reta temos: Obtemos então, um sistema linear homogêneo nas incógnitas e . Esse sistema deve possuir solução não trivial, logo o determinante da matriz dos coeficientes deve ser zero, assim temos: Portanto a equação da reta é . A reta
passa pelos pontos
e
.
Voltar ao Topo. Circunferência por três pontos
Podemos obter essa forma para a equação da circunferência, partindo da equação usual, da mesma forma que fizemos com a reta. Sejam e pontos não colineares pertencentes a circunferência. Substituindo suas coordenadas na equação da circunferência, temos: Essas equações, junto com a equação geral da circunferência, formam um sistema linear homogêneo, nas incógnitas e . Para encontrar a equação da circunferência, não nos interessa a solução em que e são todos nulos, assim, impomos que esse sistema deve possuir solução não trivial, e isso acontece se o determinante da matriz dos coeficientes for zero. Essa igualdade nos dá a equação da circunferência. Exemplo: Encontre a equação da circunferência que passa pelos pontos , e . A equação da circunferência é da forma: . Substituindo as coordenadas dos três pontos conhecidos, obtemos o seguinte sistema linear homogêneo: Esse sistema deve possuir solução não trivial, logo, o determinante da matriz dos coeficientes deve ser nulo. Assim, temos: Portanto, a equação da circunferência é , uma circunferência com centro e raio . A
circunferência
passa pelos pontos
e
.
Plano por três pontosConsidere agora, três pontos não colineares , , . Por esses pontos passa um único plano, cuja equação é da forma: Substituindo as coordenadas dos três pontos pertencentes ao plano nessa equação, junto com a equação geral do plano, obtemos um sistema linear homogêneo, nas incógnitas e . Novamente, nos interessa a solução em que e não são todos nulos, assim, impomos que esse sistema deve possuir solução não trivial, logo, o determinante da matriz dos coeficientes deve ser zero, ou seja: Essa equação, em formato de determinante, nos dá a equação do plano. Exemplo: Encontre a equação do plano que passa pelos pontos , e . Substituindo as coordenadas dos pontos na equação em forma de determinante, temos: O plano
passa pelos pontos
,
e
.
O mesmo raciocínio pode ser utilizado para encontrar equações de outras curvas ou superfícies passando por pontos especificados, como esferas por cinco pontos, cônicas por cinco pontos, entre outros. Se a equação geral da curva ou superfície possuir n coeficientes a serem determinados, teremos que impor n condições, uma delas representa o caso geral e as demais são pontos pré-fixados que satisfazem a equação. Iremos chegar a um sistema linear homogêneo, , com n equações e n incógnitas. Para que o sistema admita solução não trivial, impomos a condição que seja nulo, e daí obtemos a equação da curva ou superfície. Voltar ao Topo. |