Determinantes
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Considere
uma matriz quadrada
.
A função determinante é uma função que associa um
número real (o determinante de A) à matriz
,
isto é: A regra que define essa função será um somatório no qual cada parcela é composta por um produto entre elementos de A. É claro que existe uma lei que define como compor cada parcela, bem como seu sinal. Estudaremos como definir esta função e veremos alguns exemplos do cálculo de determinantes. Para isso, veremos inicialmente algumas noções sobre permutações e produtos elementares. Definição: Uma permutação de um conjunto finito é um rearranjo dos elementos desse conjunto em certa ordem, sem falta ou repetição de nenhum deles. Denotaremos por uma permutação qualquer de um conjunto, onde é o primeiro elemento na permutação, o segundo e assim por diante. Definição: Uma permutação é par se o número de trocas que devemos realizar entre seus elementos para recuperar a ordem original da sequência for par. A permutação é ímpar se este número for ímpar. Denotaremos o sinal da permutação usando a função (do inglês signal), dada por: se é par e se é ímpar. Exemplo 1: Considere o conjunto dos inteiros e uma permutação . Para recuperar a ordem original dos elementos podemos realizar as trocas: Resultando em um total de 4 trocas. Portanto, a permutação é par, logo, . Ainda para este exemplo, podemos recuperar a ordem original dos elementos realizando também a seguinte sequência de trocas: Resultando em um total de 2 trocas, que também é par. Um resultado importante afirma que a paridade de uma permutação é única, ou seja, se a ordem original dos elementos é recuperada através de um número par (ímpar) de trocas, então qualquer outra sequência de trocas que recupere a ordem original dos elementos também terá um número par (ímpar) de trocas. Uma maneira de obter a paridade de uma permutação é: encontrar o número de inteiros que são menores que e estão depois de na permutação; encontrar o número de inteiros que são menores que e estão depois de na permutação; fazer o mesmo processo para . A soma desses números obtidos será o número total de trocas em uma sequência de trocas que devemos efetuar entre os dígitos de para recuperar a ordem natural dos números. Considerando a permutação do exemplo 2, para temos que 2, 1 e 3 são menores que ele e estão depois na permutação, ou seja, o dígito precede 3 dígitos menores que ele. Para apenas o 1 é menor que ele e está depois na permutação, ou seja, o dígito precede 1 dígito menor que ele. Por fim, o dígito não precede nenhum dígito menor que ele. Somando os números obtidos teremos: . Portanto, a permutação é par. Definição: Seja uma matriz quadrada de ordem . Um produto elementar da matriz é um produto entre elementos de no qual não aparece mais de um elemento da mesma linha ou da mesma coluna de . Observação: Como cada produto elementar deve ter fatores e cada fator vem de uma linha distinta, podemos escrever um produto elementar da forma: onde cada representa um índice distinto das colunas. Isto é, mantemos a ordem original para as linhas e para as colunas seguimos a ordem que é uma das permutações dos índices das colunas. Dessa forma, uma matriz possui produtos elementares distintos. Quando associamos ao produto elementar o sinal da permutação empregada para os índices das colunas temos um produto elementar com sinal. Exemplo 2: Se é uma matriz quadrada de ordem 4, um de seus produtos elementares é dado por: . Observe que seguimos a ordem original para os índices das linhas e para as colunas seguimos a ordem que é uma das permutações possíveis dos 4 dígitos. Como vimos, esta permutação é par e, portanto, associamos o sinal positivo a este produto elementar. Definição de Determinante: Sejam uma matriz quadrada e o conjunto de todas as permutações de . A função determinante, denotada por , associa à matriz um número real, , obtido pela soma de todos os produtos elementares de com sinal: Costumamos denotar também o determinante de por . Exemplo 4: Considere uma matriz quadrada : Como cada produto elementar dessa matriz deve ter dois elementos e cada elemento vem de uma linha distinta, podemos escrever um produto elementar da forma: onde indica uma permutação dos índices das colunas, uma vez que não pode haver dois elementos vindos da mesma coluna. Então, as permutações distintas nos dão a lista dos possíveis produtos elementares de A, sendo eles: A permutação associada ao produto elementar é , que é uma permutação par e, portanto, esse produto recebe sinal positivo. A permutação associada ao produto elementar é , que é ímpar e, portanto, esse produto recebe o sinal negativo. Então, pela definição de determinante, temos que: Isto é, para calcular o determinante de uma matriz basta realizar o produto dos elementos da diagonal principal e subtrair este resultado do produto dos elementos da diagonal secundária. Exemplo 5: Considere a seguinte matriz: Então, como visto no exemplo anterior temos que: Exemplo 6: Considere uma matriz quadrada : Como cada produto elementar dessa matriz deve ter 3 elementos e cada elemento vem de uma linha distinta, podemos escrever um produto elementar da forma: onde indica uma permutação dos índices das colunas, uma vez que não pode haver dois elementos vindos da mesma coluna. Então, as permutações distintas dos inteiros nos dão a lista dos possíveis produtos elementares de , sendo eles: O sinal do produto elementar é associado ao sinal da permutação, conforme a seguinte tabela:
Para evitar a memorização dessa expressão, podemos utilizar o seguinte esquema: acrescentamos as colunas 1 e 2 de A após as 3 colunas originais e os produtos elementares serão obtidos multiplicando-se os elementos conforme a figura a seguir. O sinal dos produtos obtidos pelas diagonais à direita será positivo, e o sinal dos produtos obtidos pelas diagonais à esquerda será negativo: Figura 1: Regra para o cálculo de Determinantes . Assim, teremos: Exemplo 7: Considere a seguinte matriz: Então, como visto no exemplo anterior, temos que: Portanto, . A partir da definição vemos que o cálculo de determinantes envolve um grande número de operações, uma vez que o somatório possui parcelas. Para teremos parcelas, para teremos parcelas, para teremos parcelas. Se um computador processa operações por segundo, levaria, aproximadamente, anos para calcular o determinante de uma matriz de ordem . Por este motivo, estudaremos um método mais eficiente para o cálculo de determinantes, através da redução por linhas da matriz. Para tanto, demonstraremos algumas propriedades e resultados importantes da função determinante. Voltar ao Topo. |