Como fatorar uma matriz em um produto de duas matrizes triangulares
Vamos lá?
Na aula anterior vimos como o processo de escalonamento pode converter um sistema linear e outro sistema equivalente, porém com a vantagem da matriz de coeficientes ser triangular superior. Nesta aula veremos que este processo pode ser feito em duas etapas, uma onde apenas a matriz é manipulada e outra, posterior, onde o vetor independente é utilizado.
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No escalonamento da primeira coluna de todas as operações realizadas foram da forma onde é a primeira linha de e é a linha a ser atualizada. Como o multiplicador foi computado?
A.
B.
O que acontece se em alguma etapa do processo o pivô for nulo?
A. Não há como eliminar os elementos abaixo da diagonal usando um pivô nulo.
B. Ótimo! Um passo a menos para ser executado.
C. Isso não aconteceu, nem foi explicado no vídeo.
A matriz obtida na decomposição LU...
A. é triangular superior.
B. é triangular inferior.
C. tem diagonal unitária.
D. armazena os multiplicadores.
A matriz obtida na decomposição LU...
A. é triangular superior.
B. é triangular inferior.
C. tem diagonal unitária.
D. é igual à matriz obtida na eliminação de Gauss.
Durante o processo de eliminação gaussiana para simplificar o sistema linear operamos na matriz aumentada do sistema, Todas as operações realizadas alteram tanto as entradas da matriz quanto do vetor Entretanto, se você olhar com atenção o exemplo da aula passada, vai reparar que apenas as entradas da matriz foram determinantes na definição de cada operação. O vetor mesmo tendo sido alterado, em nenhum momento foi decisivo para a escolha da operação elementar a ser aplicada na matriz aumentada.
Esta constatação nos motiva a postergar a manipulação do vetor Numa primeira fase, manipulamos apenas a matriz triangularizando-a através de operações elementares, e numa fase seguinte, operamos no vetor chegando assim a um sistema triangular superior, cuja resolução é simples. Uma vantagem imediata em separar o processo nessas duas etapas é que, caso queiramos resolver dois sistemas lineares com a mesma matriz mas vetores distintos, apenas a segunda etapa do processo precisa ser refeita, uma vez que a triangularização da matriz é comum aos dois sistemas.
Para tanto, as operações elementares realizadas em precisam ser registradas para posteriormente também serem aplicadas ao vetor
Cada operação realizada no processo de eliminação é da forma onde é a linha do pivô, é a linha onde se quer eliminar o elemento da coluna do pivô e é a dimensão da matriz. O multiplicador é razão entre o elemento a ser eliminado e o pivô. Essa operação, pode ser representada pelo produto à esquerda por uma matriz especialmente montada como
Essa matriz é tão especial que sua inversa é simples. Se o produto por esta matriz tem como efeito somar um múltiplo da linha pivô à linha a matriz inversa deve desfazer essa operação. Ou seja, a inversa deve subtrair o mesmo múltiplo. Desta forma, para obter a inversa basta trocar o sinal do elemento na posição de para Além disso, o produto acumulado por matrizes como essa produz uma matriz que "sobrepõe" os todos os multiplicadores a uma matriz identidade. Desta forma, podemos decompor ou fatorar a matriz como o produto de duas matrizes e onde é uma matriz triangular inferior com diagonal unitária, composta pelos multiplicadores computados durante o processo (apenas a divisão entre os elemento a ser eliminado e o pivô), e é uma matriz triangular superior. Essa decomposição (ou fatoração) é conhecida como decomposição LU.
Mas por que escrever facilita a resolução do sistema linear original? Observe que se Se denotarmos por teremos que se torna onde , ou seja, temos dois sistemas triangulares encadeados para resolver. A solução do primeiro sistema, o vetor é o termo independente para o segundo sistema. De fato, o vetor é o resultado de aplicar ao vetor todas as operações elementares computadas previamente no escalonamento de
Um ponto que não foi discutido no exemplo do vídeo é o que acontece se o pivô for, em algum momento do processo de escalonamento, nulo. Se isto acontecer, não há como usar a linha do pivô para eliminar as entradas abaixo da diagonal e portanto a matriz não tem decomposição
Se do ponto de vista teórico, apenas o caso do pivô nulo é um problema, do ponto de vista numérico devemos esperar complicações quando o pivô for muito pequeno também. Entretanto, antes de entrar nesse assunto, na próxima aula vamos formalizar o algoritmo para o cálculo da decomposição LU e descobrir qual o custo computacional envolvido.
Lloyd N. Trefethen e David Bau, III. Numerical Linear Algebra. SIAM, 1997.
1. Se e são os fatores da decomposição LU de uma matriz resolva o sistema linear para
Para resolver usando os fatores e resolve-se primeiro cuja solução é depois resolve-se cuja solução é De forma alguma deve-se formar a matriz pelo produto de por para então resolver
2. Suponha que tem decomposição LU. Discuta como utilizar os fatores e para calcular (a) o determinante de e (b) a matriz inversa,