Tamanho amostral para análise de medidas repetidas em estudos longitudinais

Autor(es) e Instituição: 
Daniele de Brito Trindade, PIBIC-FAPESB/UFBA
Renata Miranda Esquivel, UFBA
Leila Denise A. F. Amorim*, UFBA
Apresentador: 
Daniele de Brito Trindade

O planejamento de um estudo longitudinal em que cada unidade de investigação é observada em todas as ocasiões para as quais o estudo foi globalmente dimensionado precisa considerar características especiais deste tipo de dado, como correlação e heterocedasticidade. O cálculo do tamanho da amostra depende de suposições, que podem mudar facilmente, e do objetivo do estudo. Este trabalho tem com meta sumarizar e comparar alguns procedimentos disponíveis na literatura para cálculo do tamanho amostral em estudos longitudinais com medidas repetidas. Se o estudo é longitudinal e objetiva comparar médias entre dois grupos, a literatura apresenta diferentes abordagens para considerar a dependência entre medidas repetidas no tempo (Twisk, 2003; Kirby et al, 1994; Overall e Doyle, 1994). Um dos procedimentos objetiva comparar a evolução da variável de interesse durante o período de acompanhamento; o outro almeja comparar taxas de mudança da trajetória linear ao longo do tempo; enquanto o terceiro procedimento testa a diferença nos escores de mudanças entre a primeira e a última mensurações dos dois grupos. A comparação desses métodos foi realizada considerando-se diferentes cenários, contemplando variação no número de mensurações, na diferença das médias entre os grupos, na variabilidade estimada para a variável de interesse e nos parâmetros da estrutura de correlação. Pode-se verificar diferenças substanciais no tamanho amostral obtido pelos três procedimentos a depender dos parâmetros a serem considerados. Verifica-se, em particular, mesma tendência nos resultados provenientes dos métodos propostos por Kirby e colaboradores (1994) e Overall e Doyle (1994). Vale ressaltar que a escolha do procedimento vai depender, mais especificamente, do objetivo do estudo e das informações disponíveis para o cálculo amostral. No entanto, as relações encontradas entre os parâmetros dos diferentes procedimentos permite o uso de dados disponíveis para implementação de qualquer um destes métodos. A distinção entre os diferentes métodos que se encontram disponíveis na literatura para cálculo do tamanho amostral em estudos longitudinais pode tornar o planejamento deste tipo de estudo mais robusto e eficaz para responder às perguntas de investigação de pesquisadores das diversas áreas do conhecimento.

*Pesquisa com financiamento da FAPESB (Termo Outorga n° APR 0434/2008)

Resumo estendido: