Princípio de Fermat
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PARTE I
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Na Óptica Geométrica vale o
Princípio de Fermat:
A trajetória do raio que liga dois pontos é aquele
que minimiza o tempo de percurso.
O problema que vamos explorar é encontrar o(s) ponto(s) no
espelho onde ocorre(m) a reflexão de um raio. Para este
problema, ainda vale o Princípio de
Fermat, só que,
neste caso, há a inclusão de um vínculo.
Matematicamente falando, o problema pode ser descrito como:
procuramos os pontos estacionários do seguinte problema de
minimização:
Minimizar T(x,y),
sujeito a h(x,y)=0,
onde a restrição ( ou vínculo) h(x,y)=0 pode ser
interpretada fisicamente como:
"o ponto (x,y) pertence ao espelho".
O primeiro algoritmo básico para achar o(s) ponto(s) do espelho onde
há reflexão é:
Algoritmo I
-
Para cada ponto no espelho: 1) construir os raios auxiliares (em azul) que
fazem o trajeto: (fonte)-(ponto no espelho)-(observador); 2) Medir o tempo
de percurso sobre cada raio auxiliar;
-
Coletando todos os tempos de percurso, construir a curva verde, chamada
curva de tempo de trânsito.
-
Finalmente, achar os pontos estacionários desta curva.
A abordagem correspondente ao primeiro algoritmo é:
quando possível, isolar y na restrição
h(x,y)=0, i.e.,
y = f(x),
substituir em T(x,y), gerando uma nova função de uma
variãvel t=t(x)=T(x,f(x)), e, finalmente,
achar os pontos críticos dessa nova função t(x).
Em seguida vamos aplicar o algoritmo em três exemplos.
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Reflexão em espelho plano
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exemplo I.1
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Figura I.1
Exemplo do Algoritmo I sendo usado para a determinação do
ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete no
espelho e chega no receptor (G). O espelho é plano horizontal.
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Explicação:
- Na Figura I.1, S=(0,0) é a fonte e G=(10,0)
é o receptor.
- O espelho esta representado em cinza, e sua expressão
matemática
é h(x,y)=y+10.
- As linhas azuis são os raios auxiliares, construídos
conforme o passo I do Algoritmo 1, descrito acima.
- Com auxilio dos raios azuis, a curva verde é
construída, conforme
passo 2 do Algoritmo I. Essa curva verde mede o tempo de percurso para
cada raio auxiliar.
Para ver a animação da construção da curva
verde,
clique na figura.
- O ponto M é, no espelho, onde ocorre o ponto de mínimo
da curva de tempo de percurso. O ponto M é, portanto, o ponto
onde
ocorre a reflexão.
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Reflexão em espelho plano inclinado
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exemplo I.2 |
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Figura I.2
Exemplo do Algoritmo I sendo usado para a determinação do
ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete no
espelho e chega no receptor (G). O espelho é um plano inclinado.
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Observações:
- Na Figura I.2, S=(0,0) é a fonte e G=(10,0)
é o receptor.
- O espelho esta representado em cinza, e sua expressão
matemática
é h(x,y)=y - x/3 + 10.
- As linhas azuis são os raios auxiliares, construídos
conforme o passo I do Algoritmo 1, descrito acima.
- Com auxilio dos raios azuis, a curva verde é
construída, conforme
passo II do Algoritmo 1. Essa curva verde mede o tempo de percurso para
cada raio auxiliar.
Para ver a animação da construção da curva
verde,
clique na figura.
- O ponto M é, no espelho, onde ocorre o ponto de mínimo
da curva de tempo de percurso. O ponto M é, portanto, o ponto
onde
ocorre a reflexão.
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Reflexão em espelho qualquer
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exemplo I.3 |
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Figura I.3
Exemplo do Algoritmo I sendo usado para a determinação do
ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete no
espelho e chega no receptor (G). O espelho é não linear.
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Observações:
- A fonte S esta em (-7,0) e o receptor G est· em (7,0) ;
- O expressão matemática do espelho é
h(x,y)= y + 14 - 1.7*Sin(x/3) -(x/8)^2 ;
- Existem três pontos estacionários: dois mínimos
locais e um
máximo local;
- Cada ponto estacionario é um ponto de reflexão
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Multiplicadores de Lagrange |
PARTE II |
Outra forma de se resolver o problema é utilizar o Teorema dos
Multiplicadores de Lagrange, que diz:
Nos problemas de minimização
Minimizar T(x,y),
sujeito a g(x,y)=0,
os pontos estacionários são aqueles que satisfazem a
equação:
a grad(T) + b grad(h) =0
Isto é, nos pontos estacionários, o gradiente da
função que se deseja minimar e o gradiente da
restrição são linearmente dependentes. Isto equivale
dizer que os gradientes são colineares nos pontos
estacionários. Como os gradientes são
ortogonais às curvas de nível, a equação acima
se traduz em dizer que as curvas de nível se tangenciam nos pontos
estacionários.
Baseado nos resultados do teorema, pode-se considerar um novo
algoritmo:
Algoritmo II
- Para cada constante t0, construa a curva de
nível T(x,y)=t0 (em azul);
- Achar os t0 para os quais as curvas de nível, h(x)=0 e T(x,y)=t0
se interceptam de maneira tangencial;
- Os pontos ondem ocorrem a tangência são pontos estacionários.
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Reflexão em espelho plano
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exemplo II.1
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Figura II.1
Exemplo do Algoritmo II sendo usado para a determinação do
ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete no
espelho e chega no receptor (G). O espelho é plano horizontal.
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Reflexão em espelho plano inclinado
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exemplo II.2 |
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Figura II.2
Exemplo do Algoritmo II sendo usado para a determinação do
ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete no
espelho e chega no receptor (G). O espelho é um plano inclinado.
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Reflexão em espelho qualquer
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exemplo II.3 |
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Figura II.3
Exemplo do Algoritmo II sendo usado para a determinação do
ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete no
espelho e chega no receptor (G). O espelho é não linear.
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Multiplicadores de Lagrange |
PARTE III |
Existe ainda uma terceiro modo de se determinar os pontos de reflexao
usando o Teorema dos Multiplicadores de Lagrange. Sabemos que nos
pontos estacionarios do problema, a equaçãão deve ser satisfeita
a grad(T) + b grad(h) =0
Portanto, podemos procurar, ao longo do refletor h(x)=0, pontos que
satisfazem a equação acima. Essa ideia da origem ao nosso terceiro
algoritmo
Algoritmo III
- para cada ponto xi do refletor h(x)=0, computar o gradiente grad(T)
e grad(h);
- achar os pontos onde os gradientes sao colineares;
- esses pontos sao pontos estacionarios.
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Reflexão em espelho plano
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exemplo III.1
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Figura III.1
Exemplo do Algoritmo III sendo usado para a determinação
do ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete
no espelho e chega no receptor (G). O espelho é plano horizontal.
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Reflexão em espelho plano inclinado
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exemplo III.2 |
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Figura III.2
Exemplo do Algoritmo III sendo usado para a determinação
do ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete
no espelho e chega no receptor (G). O espelho é um plano
inclinado.
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Reflexão em espelho qualquer
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exemplo III.3 |
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Figura III.3
Exemplo do Algoritmo III sendo usado para a determinação
do ponto de reflexão (M), do raio que sai da fonte (S), reflete
no espelho e chega no receptor (G). O espelho é não
linear.
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