Elza te conta No14

Número 14, junho de 2022.

Este número faz um destaque importante para a doação de sangue, leia corretamente todas as informações e, se você pode doar, #sóvai e faça sua parte. Aproveite também nossas dicas e sempre que quiser contribuir, com alguma matéria ou informação, escreva para imeelza@unicamp.br.

Boa leitura,
Elza.

Feliz Dia do Estatístico (atrasado !!!)

Em 29 de maio, foi celebrado o Dia do Estatístico no Brasil. Diferente do Dia Mundial da Estatística, em 20 de outubro, nesta data são homenageados os profissionais por trás desse trabalho tão importante, que também pode ser utilizado em diversos outros campos, como em empresas, hospitais, esportes, etc. Mesmo atrasadas, gostaríamos de parabenizar os estatísticos e aproveitar a ocasião para contar um pouco sobre a história desse dia.

Esse dia em particular foi escolhido no nosso país por ser a data de criação, em 1936, de uma das maiores autoridades nacionais nessa ciência, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Atualmente é conhecido como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após a incorporação do Conselho Brasileiro de Geografia. O IBGE é o principal provedor de dados e informações sobre o país e contribui para a construção de políticas públicas e iniciativas em prol da população, através da coleta, análise, interpretação e apresentação dos dados, sendo assim fundamental para o desenvolvimento da sociedade brasileira.

Referências: link1, link2

Mês do Orgulho LGBT

A Spectra Math é uma organização da comunidade matemática LGBT estadunidense, que busca dar reconhecimento e fornecer suporte às minorias de gênero na matemática. Celebrando o mês do orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), a Spectra irá homenagear uma pessoa LGBT da matemática por dia em sua conta no Twitter!

A organização teve suas origens na resistência contra uma emenda que retirava direitos de pessoas LGBT no estado do Colorado, aprovada por voto popular em 1992, a ser julgada pela Suprema Corte. Como o encontro do Joint Mathematics Meetings (JMM) de 1995 estava agendado para ocorrer no estado, David Pengelley e James Humphreys (consagrado autor de diversos títulos no acervo da biblioteca do IMECC), independentemente, escreveram cartas às instituições responsáveis solicitando que o evento fosse realocado, tendo em vista a segurança dos participantes LGBT, bem como a necessidade de participação de instituições representativas da comunidade matemática em uma série de boicotes a eventos no estado. Apesar de alguns posicionamentos contrários, a decisão dos comitês foi favorável à realocação do evento. Em 1994, a emenda foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte.

Desde então, um pequeno grupo de matemáticos LGBT passou a se reunir anualmente em uma recepção LGBT nos encontros do JMM. Movidos pelo desejo de acolher também outros membros da comunidade matemática estadunidense, em 2010, criaram a Spectra. Em 2021, em razão da pandemia, o JMM ocorreu virtualmente, influenciando que outros matemáticos LGBT ao redor mundo também pudessem integrar o Spectra, incluindo a Laura, representante de pós-graduação do Grupo Elza.

Regulador SE LIGA

Nesta seção, trazemos diálogos, atos e frases incômodas ouvidas nos corredores da vida (virtuais ou não) e podem ser corrigidas com um pouquinho de prática. Enquanto persistirem os sintomas, mande a sua.

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– Ela deve estar de TPM.
– Acredito que sim, viu como ela está grossa!
– Nem fale, está com um mal-humor…
– Muito irritada, melhor nem estar perto. Certeza que está naqueles dias.

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Regulador SE LIGA, dose única: nem sempre o fato de uma mulher estar irritada, brava ou de mau-humor, tem como resposta os hormônios da TPM. Igual aos homens, as mulheres também possuem outros motivos para estarem assim.

Representação feminina na Matemática

Na iminência da próxima premiação da Medalha Fields, em julho, a Nature publicou o artigo “Mathematics prizes have a gender problem – can it be fixed?” (que pode ser traduzido como “Premiações matemáticas têm um problema de gênero – pode ser resolvido?”), investigando a razão da escassa presença feminina dentre os homenageados por prêmios prestigiosos da área:

A Medalha Fields foi dada a apenas uma mulher dentre os 60 laureados, Maryam Mirzakhani, em 2014.
O Prêmio Abel também foi para apenas uma mulher dentre os 25 ganhadores, Karen Uhlenbeck, em 2019.
O Prêmio Shaw na área de Matemática, do mesmo modo, só foi oferecido a uma mulher dentre os 27 agraciados, Claire Voisin, em 2017.
Em Matemática, existem 64 ganhadores do Prêmio Wolf, 14 do Prêmio Crafoord e 13 do Prêmio Breakthrough. Não há nenhuma mulher entre os premiados.

O artigo informa que as mulheres são cerca de 25% a 30% dos PhD nos Estados Unidos e ocupam 25% das posições como membros permanentes dos departamentos de Matemática em universidades nos Estados Unidos. Entretanto, a proporção de mulheres cai para 10% considerando universidades que oferecem PhD e para menos de 7% quando considerados os 50 departamentos de Matemática mais prestigiados. A proporção de prêmios oferecidos a mulheres é cerca de 5%, sugerindo que a quantidade de mulheres a ganharem prêmios é próxima da quantidade que obtém também outras formas de reconhecimento, como posições em instituições prestigiadas.

A sub-representação feminina em prêmios de outras ciências ainda é presente, mas algumas organizações estão investindo em uma maior diversidade nas nomeações e também nos comitês científicos que decidem os premiados. Entretanto, a comunidade matemática tradicional parece apegada a lógicas meritocráticas e desgostosa de medidas como cotas, aponta o autor. Essa visão rígida e simplista do que é excelência e de como se deve avaliar o mérito pode dar vantagens a uma parcela dos homens, que historicamente conta com a presença de modelos representativos e suporte social.

Nesse sentido, organizações, competições e eventos voltados para mulheres são formas de estimular a presença e o destaque feminino na área. Um dos projetos do Grupo Elza é o Ciclo de Palestras Pesquisadoras do IMECC, que busca dar visibilidade às mulheres pesquisadoras do instituto. A nível nacional, temos o Torneio Meninas da Matemática (TM²), competição exclusiva para meninas do 8º ao 9º ano do Ensino Fundamental até o último ano do Ensino Médio de escolas brasileiras. Outro exemplo interessante é o La Matematica, periódico da Association for Women in Mathematics publicado pela Springer desde março deste ano, o qual se propõe a adotar práticas equitativas para publicação de artigos.

Campanha de doação de sangue: “Junho Vermelho”

O Hemocentro da Unicamp, (Universidade Estadual de Campinas), está com seus estoques 40% abaixo do normal, o que é muito preocupante já que este distribui sangue e derivados para todos os hospitais públicos da região, atendendo uma população de 6 milhões de habitantes. Por conta disso, foi lançada a campanha “Junho Vermelho”, cujo objetivo é aumentar as doações de sangue para o hemocentro, que sofre uma queda nas contribuições devido ao inverno e às férias escolares.

Sendo assim, é importante ressaltar que uma única doação é capaz de salvar até quatro vidas, e é de extrema relevância a participação de mais pessoas nas doações, sendo todos bem-vindos, pois todos os tipos são necessários.

Você pode doar em:
– Hemocentro da Unicamp: Segunda a sábado, das 7h30 às 15h Rua Carlos Chagas, número 480, Cidade Universitária, Campinas
– Hospital Municipal Mário Gatti: Segunda a sábado, das 7h30 às 15h – Avenida Prefeito Faria Lima, número 340, Parque Itália, Campinas
– Hemonúcleo de Piracicaba: Segunda a sexta, das 7h30 às 13h – Rua Silva Jardim, número 1700, Alto Piracicaba.
– Hospital Estadual de Sumaré: Segunda a sábado, das 7h30 às 12h Avenida da Amizade, número 2400, Jardim Bela Vista, Sumaré

*Observação: no dia 14 de junho, data em que é celebrado o Dia Internacional do Doador, as unidades irão atender com horário estendido. Na Unicamp, o atendimento será das 7h30 às 19h, e no Hospital Mário Gatti, das 7h30 às 17h.

Aqui você pode conferir algumas informações extras sobre como doar. Você pode agendar sua doação ou obter mais informações pelo site do hemocentro ou pelo telefone, 0800 722 8432.

Marque na agenda

De 10 a 12 de junho, a Associação Nacional de Pós-Graduandas (ANPG) promoverá o 3º Encontro de Mulheres Estudantes, reunindo remotamente pós-graduandas do Brasil inteiro. Com o tema “Mulheres cientistas tecendo um novo Brasil”, o encontro se propõe a debater a ciência e a produção de conhecimento a partir de uma perspectiva feminista, traçar os rumos da luta das pós-graduandas e atualizar a agenda de lutas das demandas das mulheres que estão colocadas para a ANPG. Para mais informações, consulte a página da ANPG no Facebook.

Nos dias 17 e 18 de junho, a Universidade Federal do Pará, realizará a 2.ª edição do Encontro Brasileiro de Mulheres Matemáticas (EBMM). Esse evento visa estimular a inclusão e permanência das mulheres na carreira científica em matemática e discutir a sub-representação delas na área de Ciências Exatas, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CETEM). O encontro ocorrerá de forma híbrida, de forma que para participar será necessário se inscrever na página do site, que teve suas inscrições prorrogadas até o dia do evento. Para mais informações acesse aqui.

O programa Para Mulheres na Ciência, está tendo sua 17.ª edição no Brasil, a premiação é realizada pela multinacional de beleza, L’Oréal em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências, com o intuito de incentivar e empoderar jovens e talentosas pesquisadoras brasileiras, na área da ciência. Esse contempla as vencedoras com bolsas de até 50 mil reais, que serão conhecidas no segundo semestre deste ano. O prazo de inscrição do programa foi prorrogado até 30 de junho, e para participar, é necessário que a candidata tenha concluído o doutorado a partir de 01/01/2014. O regulamento completo e mais informações sobre o programa estão disponíveis no site do For Women in Science.

Prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger

A Câmara dos Deputados, no dia 01 do junho, divulgou o nome das três vencedoras do prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger. Este prêmio é concedido para três cientistas que se destacaram por suas contribuições para a pesquisa científica nas áreas de ciências exatas, ciências naturais e ciências humanas. Como reconhecimento da excelência da participação feminina na solução dos grandes desafios da humanidade e um estímulo à capacitação de mais mulheres cientistas.

Amélia Império Hamburger, que deu nome ao prêmio, foi uma célebre cientista brasileira que se destacou por suas importantes contribuições para a ciência no Brasil, atuando em diversos temas, como : ciência e ensino, política educacional, ciência nas relações Brasil-França, epistemologia e história da física e mario schenberg.

As premiadas neste ano são:

Erika Parlato de Oliviera (MG), psicanalista e pesquisadora sobre os saberes do bebê, a interação mãe-bebê, questões de linguagem e o autismo;
Jaqueline Goes de Jesus (BA), biomédica e pesquisadora que participou do sequenciamento genético do vírus Sars-Cov-2 no Brasil;
Natalia Pasternak Taschner (SP), microbiologista, escritora sobre ciência, colunista em veículos de comunicação e escritora de livros de divulgação científica que trouxeram importantes informações para os brasileiros durante a pandemia da Covid-19.

Elas receberão diploma de menção honrosa pelas contribuições para a pesquisa científica nas áreas de ciências exatas, ciências naturais e ciências humanas.

Referências : link1,link2, link3, link4

Veja aqui os números anteriores do Boletim.