Elza te conta No11

Número 11, novembro de 2021.

Com a vacinação da população fazendo efeito, o Brasil vem mostrando, em números, uma esperançosa redução nos casos de COVID-19. Ainda não é tempo de eliminar o distanciamento social por completo, ou de abandonar alguns grandes companheiros que nos ampararam ao longo da pandemia, como álcool em gel ou máscara; entretanto, já parece mais possível de se imaginar como será o retorno à universidade, a uma interação entre professores e colegas que não seja através da tela, à “vida normal”!

Para auxiliar a Unicamp no planejamento do retorno às atividades presenciais, que devem ocorrer no 1º semestre de 2022, após a imunização completa da comunidade discente, é solicitado que os alunos acessem o sistema e-DAC e registrem seus dados vacinais, o mais breve possível. Vamos colaborar para um retorno seguro à nossa saudosa universidade!

Quer contribuir com alguma matéria ou informação? Escreva para imeelza@unicamp.br.

Boa leitura, e não deixem de se cuidar,
Elza.


Para Mulheres na Ciência

Conforme trazido em edições anteriores, a L’Oréal Brasil, em parceria com a UNESCO no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), realizaram o programa “Para Mulheres na Ciência” em 2021, que teve como objetivo promover e reconhecer a participação da mulher na ciência, premiando sete projetos (de nível doutoral) com uma bolsa-auxílio no valor de 50 mil reais.

No dia 05 de outubro, foram anunciadas as sete laureadas deste ano: Lílian Silva Catenacci, Letícia Couto Garcia, Marta Giovanetti, Thaísa Sala Michelan, Ana Cecília Albergaria-Barbosa, Fernanda De Bastiani, e Ingrid David Barcelos.

Na página da premiação, você pode conhecer um pouquinho mais sobre cada uma delas, como suas incríveis áreas de pesquisa e alguns depoimentos.

Parabéns a todas!

Para Mulheres na Ciência 2021: conheça as pesquisas vencedoras do prêmio | Super


Prêmio Nobel da Paz

Maria Ressa diz estar em choque com Nobel da Paz: "Reconheceram o que passamos" - Revista Marie Claire | NotíciasDentre os 13 laureados com o Prêmio Nobel em 2021, está presente uma mulher: a jornalista filipina Maria Ressa recebeu o Prêmio Nobel da Paz, juntamente do russo Dmitry Muratov.

Maria Ressa atuou como repórter pela CNN por quase 20 anos, tendo sido considerada a principal repórter investigativa da emissora no sudeste da Ásia. Apesar de toda a repressão que sofre, advinda, principalmente, do governo das Filipinas, Ressa continua atuando. Em 2020, ela foi condenada por “difamação cibernética”, numa tentativa de que seu trabalho fosse cessado.

Desde sua criação, em 1901, o Prêmio Nobel já contemplou 947 pessoas e 28 organizações. Dentre estas, apenas 58 são mulheres.

“[…] me recuso a ser reprimida e me recuso a parar de fazer meu trabalho da maneira que deveria. […] estou lutando pelos meus direitos. Ainda sou uma idealista.”

Maria Ressa, em entrevista à CNN.


Mulheres e a maternidade

Mães cientistas tem maior impacto da pandemia em suas carreiras, com queda de produtividade acentuada em relação a homens » Portal Ciência & ConsciênciaAo longo das edições do Elza te conta, também trouxemos algumas ações que vêm sendo realizadas para auxiliar mulheres que, além de serem cientistas, são mães. Dentre estas ações, relembramos a adição de uma pontuação extra para candidatas mães em concursos de ingresso na carreira docente da UFRGS e, também, a inclusão do campo “licença-maternidade” no currículo Lattes.

Hoje, entretanto, trazemos uma pauta um pouquinho diferente: nem toda mulher tem desejo de ser mãe, e não há problema algum nisso!

O número de mulheres que se decidem por não ter filhos vem aumentando, e isso está ligado a diversos fatores: desde às preocupações acerca do futuro quanto à dedicação exclusiva à carreira, por exemplo. O fato é que a opção pela maternidade é uma escolha de cada mulher, e essa escolha não deve ser julgada por ninguém, senão ela mesma.

Deixamos como sugestão o premiado documentário “Sociedade sem filhos“, que aborda alguns motivos apontados por pessoas que decidem não ter filhos e explicações do porquê isso acontece.

Mulheres que decidem não ser mães não são infelizes ou ameaçadoras à sociedade. Mulheres que decidem não ser mães são, apenas, mulheres que fizeram sua própria escolha.


SECOMP 2021

O Grupo Elza participou, no dia 15 de outubro, da Semana da Computação da Unicamp – Edição de 2021.

Durante a palestra, que abordou o tema “Disparidade entre os gêneros nas exatas”, foram discutidas diversas situações que envolvem a presença (ou a falta dela) de mulheres nas áreas de STEM.

Para quem se interessa sobre o tema, vale a pena ler a matéria “Pesquisadoras revelam os desafios das mulheres para fazer ciência“, publicada no Jornal da USP em fevereiro. Ela traz um ótimo panorama sobre a desigualdade de gênero nas ciências.

Para quem não acompanhou e deseja assistir, a palestra na SECOMP está gravada no YouTube, podendo ser assistida através do vídeo abaixo:


Marque na agenda

04 de novembro é o último dia para a inscrição no processo seletivo de Bolsas Auxílio em 2022, realizado pelo Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) da Unicamp. Vale relembrar que o Grupo Elza disponibiliza vagas de atuação no grupo para bolsistas e, atualmente, há uma vaga aberta!

No dia 05 de novembro, a faculdade de educação da USP promove um mini-curso de nome “Pode Falar de Gênero na Escola?”, que visa fortalecer o enfrentamento a desigualdades educacionais e promover os direitos de mulheres e pessoas LGBTIA+. As inscrições estarão abertas até o dia 04/11.

A USP divulga a 1ª edição do evento “Elas no Mercado”, que ocorrerá nos dias 10 e 11 de novembro, visando discutir temas sobre a presença feminina nas empresas, e fazer uma capacitação das profissionais pelo Zoom. As inscrições são gratuitas e já encontram-se abertas!

 


Caça às bruxas

Dia das Bruxas: origem, história, símbolos e significado do Halloween - Toda Matéria

Para encerrar, ainda em clima de Halloween, vamos falar um pouquinho sobre bruxas. Entre os séculos XV e XVIII, milhares de mulheres foram mortas acusadas de praticar bruxaria. Entretanto, em pleno século XXI, a caça às bruxas permanece.

Esta não é uma referência única aos países onde mulheres são acusadas, até hoje, de prática de bruxaria, sendo brutalmente assassinadas. A perseguição contra bruxas se mantém, porém com uma máscara nova: elas deixaram de ter uma imagem associada à feitiçaria, com seus chapéus e roupas assombrosas. A característica das bruxas da atualidade é serem, simplesmente, mulheres.

Queimar na fogueira ou ser levada à forca deu lugar a novos métodos de violência, para que ainda fosse possível oprimir, humilhar, violar a mulher. Assim, bruxa mostra-se como, apenas, um termo taxativo dado às mulheres que resistem e não se submetem à submissão.

Como sugestão de leitura, trazemos uma resenha do livro “Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais”, de Silvia Federici (2019). É necessário protegermos umas às outras, e não permitir que nossos ideais sejam queimados.

Não somos histéricas, somos históricas!